Thursday, February 27, 2014

SHANTALA

Namastê

“Sim, os bebês tem necessidade de leite,
 Mas muito mais de serem amados e receberem carinho
 Serem levados, embalados, acariciados, pegos e massageados”
Leboyer
Logo apos a shantala, todo enrolado e dormia assim por horas
Andei vasculhando umas fotos e videos do Arthur e encontrei um em especial. Se trata da primeira massagem shantala que ele recebeu. Depois dessa, houve várias outras, diárias. 
Todos os dias, por volta de 3 horas da tarde, uma senhora indiana muito simpática pegava meu filho, o despia, fazia 40 minutos de massagem com um óleo próprio para isso e depois o dava banho. Quando tudo terminava, o Arthur estava literalmente DESMAIADO....hehehe... Efeito dos vários alongamentos que ela fazia nele.
No começo, eu assustei muito pois ela o virava de cabeça para baixo, de um lado para o outro, meu Deus, achava que ela o quebraria ao meio... Mas depois acabei me acostumando à cena. 
Outra coisa interessante em contar é que essa mesma senhora, cujo nome é Manjula, foi a mesma mulher que fez shantala no Priyank, quando ele era um bebê.


Mas como é que surgiu essa massagem?

A Shantala é uma massagem milenar indiana, sem registro de quando surgiu exatamente em Kerala no Sul da Índia. Foi descoberta quando o médico francês Frédérick Leboyer, de passagem pela Índia, se deparou com a cena de uma mulher num calçada pública massageando seu bebê. Seu nome era Shantala, ela era paraplégica e estava numa associação de caridade em Pilkhana, Calcutá.
O ambiente que Leboyer percorrera até então era completamente hostil, mas a cena da massagem fez com que a beleza e harmonia dos movimentos de Shantala transformasse tudo a sua volta.
Leboyer pediu para fotografá-la e filmá-la. Ela, admirada pelo interesse em uma prática tão simples e corriqueira, aceitou. Durante dias ele acompanhou a massagem de Shantala em seu bebê, captando atentamente cada movimento. Leboyer fez o possível para que as fotografias exprimissem a profundidade e o amor envolvidos.
Em homenagem a essa mãe, o nome da técnica de massagem em bebês chama-se Shantala. Na índia, essa prática não tem um nome específico, pois trata-se de uma atividade que faz parte da rotina de cuidados com o bebê.
Graças à “descoberta” de Leboyer, e ao seu livro: SHANTALA, massagem para bebês: uma arte tradicional, Shantala vem sendo cada vez mais popular em todo o mundo e cresce a cada dia o número de pesquisas científicas que objetivam comprovar seus benefícios.

Vale a pena acessar o link do livro, está em PDF e é muito interessante para quem quer aprender a Shantala.

Fiquem com Deus
Jacque

Monday, February 24, 2014

TEMPLO SHRI SWAMINARAYAN MANDIR

Algo realmente impressionante sobre a cultura indiana é a quantidade de templos que se encontram por toda a Índia, quase que em todo quarteirão é possível ver algum templo religioso.
É algo tão irreal, tão doido, se assim posso dizer. são mesquitas, templos Hindus e punjabis. Não importa que religião você é praticante. Ali você encontra de tudo.

Este é o Templo BAPS Swaminarayan em Surat. É possível encontrar esse tipo de templo em vários outros países. Na Índia mesmo, há centenas deles. 

Muitos vem pra cá pra fazer suas oferendas aos deuses que eles acreditam, que por sinal, são milhares, bem como fazer seus intermináveis pedidos.

Não preciso dizer que por lá não se usa sapatos, neh?! TERMINANTEMENTE PROÍBIDO, chega até ser um insulto. Tive muito problema com isso, pois do jeito que sou nojenta (admito), ter que andar descalça em lugares públicos super populosos não me agradou muito não.

o Pior foi quando fui ao hospital levar o Arthur. Eles queriam que eu tirasse o sapato. Poxa vida, num hospital cheio de doentes descalços?!?! Nem a pau... travei uma briga com a recepcionista, mas entrei com meus lindos sapatinhos. Ninguém gostou, é claro, mas isso é post para uma outra hora (rsrsrsrsrs)
Esses são os jardins do templo... tão lindo por dentro mas ao redor, uma devastadora pobreza contrastando essa beleza toda.

Essa família está tirando seus sapatos pois da escadaria pra cima, só descalço, ou como eu, de meias (que feioooooo - não tive escolhas). Percebam no canto direito da foto quantos sapatos estão no chão a espera de seus donos.

Tive muitas experiências interessantes na Índia acerca de religião, crenças e costumes... algumas até muito bizarras... Ainda mais para alguém como eu que sou totalmente crente em Jesus Cristo. 
É impressionante quão supersticiosos eles são.
Na porta da casa da minha sogra, assim como em toda casa hindu que se preze, ha um monte de símbolos religiosos: limão, pimenta, coroa de flores, onde toda manhã, incansavelmente meu sogro (enrolado numa toalha branca - e só de toalha branca) fica parado em frente a esta porta repetindo uma sequência de frases (que eu não tenho a mínima idéia do que seja). E de lá, ele entra na casa e pára em frente de todas as fotos dos parentes que já faleceram e que se encontram na parede da sala de estar devidamente adornado com suas respectivas coroas laranjas pendurada nos enormes porta-retratos.
Bem, por hoje é só... 
Deixo aqui um video que fiz nesse templo, mostrando a arquitetura do lugar, que por sinal, eh linda..
.

Espero que tenham gostado
Fiquem com Deus

Thursday, February 20, 2014

O casamento Hindu

Oi Genteeeee


Eu havia contado meio por cima que fui a um casamento hindu enquanto morava na Índia (ver post Índia parte 2), aliás, fui a vários. Mas relatei um em especial por ter sido o primeiro e por ser de uma prima do meu marido. Além disso, minha "madrecita" estava comigo nesta viajem pra Índia e a maioria dos videos, foi ela quem fez, devido a enorme atenção que tive que dar para todos os familiares do Priyank, já que estávamos nos conhecendo naquela ocasião, então não teria nenhum tempo em filmar ou fotografar nada. ( Gracias, Madrecita)
Bem, pra começar, tudo é muito colorido, parece um desfile de escola de samba, a noiva tá sempre carregada de joias e muito maquiada. 
O casamento - a festa -  dura só 4 dias... só isso... (pior é o funeral, são 13 dias - também vi isso lá, mas conto isso depois, me cobrem se eu esquecer, ok?!).
Imaginem isso: 4 dias de casamento, os noivos e toda a família ficam extremamente exaustos (pelo menos eu estava, o Arthur então, nem me fale...kkkkk). Mas eles, os indianos, adoram isso... vão em todos os casamentos que são convidados, aliás, eles não podem recusar o convite, pois isso parece como uma ofensa ou até mesmo um insulto, dependendo do caso.
Ficava fula com isso porque o Arthur era só um nenezinho e sair com ele era muito estressante, um verdadeiro sacrifício. E quando eu dizia: Não, não vou!-aí é que começavam as brigas. Eu tinha que ir!! O que eles pensariam se eu não fossem!? Eu estaria ignorando eles, blá blá blá (essa era algumas das inúmeras desculpas que me davam pra me convencer de ir).
Poxa gente... 4, as vezes 5 dias de festa... haja ânimo hein!!!! Acho que na noite de núpcias estão tão cansado que só dormem. (tontinha eu,neh?!- pensa num povo que gosta de fornicação - com todo respeito...rsrsrsrs).
Bem, então com a ajuda da minha fiel câmera mother, vou poder compartilhar com vcs algumas fotos dessa minha primeira festa de casamento lá.

Ela tentou fazer um vidinho do local e as pessoas estavam muito curiosas com a nossa presença por lá. Aliás genteeeeeem, vocês não têm idéia do sucesso que eu fiz na Índia, meu segredo??? SALTO ALTO!!!!. As indianas ficavam admiradas em me ver andando de salto alto, principalmente aqueles do tipo agulha, sabe?!















Olha a cara do moleque se preparando para o primeiro dia da festa de casamento da Priya...já pensa que é uma celebridade.... hihihihi.... ki feioooooo, e eu achava ele tão lindoooo... coisas de mãe.
Depois eles crescem e a gente olha para as fotinhos de quando eram bebês e admitimos... que coisinha mais feinha do mundo...kkkkk mas eu achava ele lindo, kkkk.... mas admito: prefiro ele agora!!! esse banguelinho e careca não era lá muito atrativo...
(perdão filho,mamãe te ama, viu?!).






Em cima comigo na festa da noiva e abaixo olha só a minha mamis poderosa...kkkkkkkkkkkkkkk




A seguir, já no segundo dia de festa, com uma simpática indianinha que se encantou com o Arthur

com o esposo do lado, embora não tenha sido sempre assim coladinhos que nos viram por lá. E isso, foi uma das coisas que me deixou bastante aborrecida, pois tínhamos o habito de sairmos de mãos dadas, de nos abraçar e beijar em qualquer lugar enquanto morávamos nos Estados Unidos. Isso tudo mudou muito com a mudança para a Índia... :-(



Nessa ocasião, a família da noiva nos dá um presente por ter ido ao casamento, normalmente, as mulheres da família ganha um corte de tecido fino para que posteriormente se faça um saree. Ganhei o meu, muito bonito.

Aqui, já no último dia de festa (consegui escapar do penúltimo), a mamis poderosa se achando vestindo um traje típico. Acho que ela gostou muito mais de lá do que eu nos primeiros dias. Talvez porque soubesse que iria embora em 2 semanas...rsrsrs.


 
e Assim estávamos nós, destruídas de cansaço enquanto as indianadas dançavam a noite toda. Uma coisa eu tenho que admitir: o povo gosta do balaco-baco!!!!

É isso, galera... Se eu me lembrar de mais alguma coisa sobre o casamento, volto para atualizar, aliás, atualizei o post sobre a India parte 2, coloquei o vídeo do camelo, pois só havia posto a foto.

Ahhhhh, quase esquecendo, neste último dia de festa, tomei o maior susto. Um pouco antes da festa acabar, de repente a noiva começou a berrar, gritar, chorar e todas as mulheres começaram a berrar também... meu Deus, que desespero, foi um chororô só... eu não entendia nada, até achei que ela tinha desistido do casório ou pior, talvez um ataque terrorista!!!!! mas nada!!!! era só uma frescurite que toda noiva faz porque está saindo da casa dos pais.
Cada Coisa!!!! um dia desses essa indianada ainda me causa um ataque do coração!!!!

Beijinhos
Deus Abençõe Todas Vocês


Tuesday, February 18, 2014

Notícias

Olá... Tem tanto tempo que não escrevo que até perdi o jeito da coisa... Isso tudo aqui parece tão estranho, como se nem fosse eu a autora desse pequeno blog.

Depois de uma longa temporada na Índia, percebi que fiquei meio morta ou desanimada. Não foi exatamente da forma que eu imaginei ter estado por lá. Vi muitas coisas que meus olhos jamais pensaram em ver, Muita diferença entre o que eu sabia do mundo e o que me foi apresentado lá.
Eu pensei muito, mas muito mesmo antes de começar a escrever sobre essa temporada em terras indiana, pois, de nenhuma forma quero ofender ninguém. Mas como ando recebendo alguns e-mail pedindo pra eu escrever novamente no blog, então estou DANDO NOTÍCIAS àqueles que, de certa forma, faz parte da estória desse blog, meus leitores.
Pois bem, depois de dito isto, vamos ao que mais me entristeceu para só depois dizer tudo que me encantou.
Eu desembarquei em Mumbai, nunca vou esquecer daquelas primeiras horas em Mumbai. A impressão que tive é que alí só havia pobreza e miséria. Nunca vi no Brasil, tampouco nos Estados Unidos, tamanha pobreza e sujeira. Pessoas te abordam o tempo todo pedindo alguma coisa, qualquer coisa.
Vi crianças de dia e de noite, em todos os lugares que estive na Índia, de todas as idades, algumas até bem pequenas, de dias de vida, nas ruas, sem roupas, pedindo esmolas. E pessoas passando por elas como se nada vissem, como se nem estivessem ali.
Não houve um dia sequer que eu não tenha chorado ao sair às ruas, eu evitava isso ao máximo (sair de casa), pois meus olhos não estavam acostumado com tanto sofrimento. Nunca experimentei tamanha dor, pois também tinha um bebê em meus braços que, Graças a Deus, teve a sorte de pertencer a uma família Brâmane.
Mas e quanto aos outros??? Não podia entender porque não tinham a mesma sorte ou pelo menos o mínimo pra sobreviver.
Eu dizia pra mim mesma que Deus tinha esquecido daquele povo, eu achava que não era possível a presença de Deus num lugar tão cheio de sofrimento e dor como ali. E por isso, parei de escrever sobre a Índia, pois as coisas que mais me chocaram também foram aquilo que me afastou de tudo que eu queria conhecer.

Essa foto não é minha, nunca tive coragem de tirar, não conseguia encará-los, sem que chorasse. Meu marido brigava comigo, porque eu me compadecia deles e sempre que eu ouvia: 
_ Ben, ben!? (tia,na língua deles).
Eu sabia que era pra pedir dinheiro, então eu dava. E meu esposo me repreendia, pois, por eu ajudar uma criança, dezenas delas apareceriam. 
Mas como simplesmente fingir que não os via???? Como tantos outros fazem por lá! Eu também sou mãe, meu filho tinha seis meses. Me imaginava naquela situação e tamanha era a dor que chorava de soluçar, abaixava a cabeça e me escondia da presença deles e isso me fazia sentir horrível
Meu casamento entrou em crise, pois conheci um lado cruel do Priyank, por algum tempo senti que ele não podia ser o homem por quem eu havia me apaixonado. Não encontrava nele aquele coração puro que tinha, incapaz de fazer o mal?!
Na verdade, ele não havia se transformado numa pessoa cruel e sem nenhum sentimento. Ele estava acostumado a ver tudo aquilo com naturalidade já que cresceu com aquela imagem ao seu redor.
O contraste entre a riqueza e a pobreza na Índia é muito maior do que a que temos no Brasil, por exemplo. Você vê verdadeiras mansões e do lado um conjunto de favelas, como vizinhança.
Quando cheguei a Surate, Não ficamos com a família do meu marido. Morávamos num apartamento enorme, 4 suites, todo lindo e bem decorado,
 mas ao abrir a minha janela tinha a pior visão do mundo, sujeira, pobreza, sofrimento nos olhos daquelas crianças que ficavam ali 10, 12 horas trabalhando e as vezes brincando com seus irmãos no meio dos entulhos.
E essa foi minha primeira impressão. Dolorosa, chocante e pior de tudo, me senti completamente impotente diante daquelas crianças, daquelas mulheres que pareciam tao sofridas no meio de um país tao machista. Mas isso será estória para outro post,  ok?

Todos os dias peço a Deus que tenha misericórdia daquelas pessoas, Que Deus habite entre eles e os tire do sofrimento da vida que eles têm.